julho 06, 2019

.sobre o gosto amargo dessa historia.

.era uma vez uma amizade de 15 anos. era uma amizade construida a partir de amigos em comum, afinidades, acontecimentos e memorias de carnaval, da adolescencia, de infinitas conversas de bar e uma admiracao, respeito e um gostar enormes de minha parte. era uma amizade mais longa do que estreita, mas ainda assim, para mim, era amizade.

.dois anos depois de me mudar, um casal de amigos decidiram vir para ca tambem. eu fiquei feliz na mesma hora e me propus a ajuda-los. eles entao vieram. eu ajudei buscando no aeroporto, bookando translado, ajudando com questoes burocraticas para os primeiros dias aqui - emprestei conta do banco, emprestei dinheiro, acompanhei na procura pela casa, consegui trabalho antes de se quer chegarem aqui - o que já melhora muito a vida e os primeiros meses. eu mesma demorei 4 meses para conseguir o primeiro emprego e o sentimento de inseguranca de nao se manter aqui é assustador e eu nao desejo a ninguém. entao fiz tudo isso, em nome da nossa amizade.


.comecamos a trabalhar juntos e tudo ia bem nos primeiros meses. muita coisa a ensinar, mostrar, aprender, adaptar. o trabalho so aumentava a cada semana, literalmente e tudo era muito corrido: o volume de tarefas era maior que o tempo disponivel de execucao. alguns dias eram exaustivos e outros estressantes. mas no fim, era bom estar e te-los perto. eramos uma equipe que funcionava.


.a partir da rotina de trabalho, cada um tinha sua vida e no seu ritmo. confesso que eu nao era 'a pessoa mais presente' quando chegava o fim de semana. mas, precisava ser? eles eram um casal, com todas as descobertas de um lugar novo, com uma nova rotina deles... e eu, tinnha minhas proprias rotinas, cansacos, planos, descobertas e realidade. e mais: os estudos.


.com o tempo, as coisas passaram de bem para ok. e depois de ok para estranhas. no inicio eu achava que alguns comportamentos e reacoes eram resultados de dias estressantes, cansaco acumulado, adaptacao dos primeiros meses, noites mal dormidas ou TPM. podia ser tudo aquilo e eu aceitava algumas situacoes numa boa, tentando entender, respeitando o espaco e momento deles. depois ficou bem evidente que aquilo era pessoal. foi quando comecei a me questionar sobre o que eu estava fazendo de errado? aonde eu estava falhando? eu devia entao ter feito algo abominavel para ser tratada e ignorada daquela forma. fiquei meses mal e em silencio, me questionando cada vez mais a cada dia. foi quando meu emocional comecou a desmoronar com tudo que estava acontecendo na minha vida: eu havia descoberto um caroco enorme no meu seio, eu nao sabia se ia ter dinheiro para a faculdade, eu nao tinha dinheiro para gastar indo ao medico, eu nao estava feliz e confortavel no trabalho, estava extremamente cansada, meu gato estava cada vez mais doente e todo o dinheiro extra que eu conseguia eu enviava para o tratamento dele... tudo isso acontecendo até que um dia eu decidi que eu ia parar de 'só me sentir culpada' ou tentar achar por ques. decidi que minha paz era minha prioridade e optei por cortar e ignorar qualquer coisa que me fizesse mal, principalmente o 'climao diario no trabalho que eu nem sabia como ou por que havia comecado'.


.com o tempo, eu passei a ficar mais quieta e mais fechada. nao me identificava mais ali e com ninguem. mas considerando os tantos anos de amizade, achei que seria necessario conversar e esclarecer algumas coisas. e assim foi feito, mas nao esclarecido. a consideracao, respeito e compreensao que havia na relacao de amizade, ou na mesa do bar, nao existiam no dia a dia no tranalho. e nem naquela conversa. eu me sentia ignorada em minhas opinioes ou levavam o que eu dizia como ofensa. achei que poderiamos nos abrir, nos ouvir, nos corrigir e fazer as coisas voltarem a ser como eram. mas no final, acho que eu tinha criado expectativas muito altas sobre isso.


.o mau humor matinal, as portas batendo, as reacoes negativas de quando eu dizia algo, ter minhas falas ignoradas... nada havia mudado. entao eu decidi, mais uma vez, que quem tinha que mudar era eu. nada ali me acrescentava mais. eu nao aprendia mais nada. nao tinha mais oportunidades. eu dava 110% de mim no trabalho e nao tinha mais reconhecimento e muito menos suporte dos meus chefes. para minha felicidade, eu me mudei e hoje estou em um ambiente mil vezes melhor.


.estando longe de tudo aquilo, eu tentei digerir toda essa historia. ainda hoje ainda me incomoda e uma vez ou outra, o assunto me vem a mente. infelizmente, os sentimentos e experiencias que ficaram foram ruins, de puro desentendimento e que ruinou uma relacao. embora tenha ficado o gosto amargo, eu nao os odeio ou desejo o mal. ainda os admiro como pessoas, pelo que tive de convivencia e do que eu idealizava deles e desejo sucesso, como eu desejo a qualquer pessoa, mas nada disso vai me fazer voltar a ser a amiga que eu era. para mim quando morre, literalmente, morre.


.o que levo de positivo disso tudo? apredizados. aprendi que ninguem e reponsável por fazer sua vida mais facil e leve. isso cabe só a voce. aprendi que voce tem que dar prioridades na sua vida, sem que necessariamente, voce tenha que agradar a todos. aprendi que amizade de verdade nao depende de anos de duracao. depende de respeito, compreensao, apoio, liberdade e confianca em se abrir e ouvir. e mais: aprendi a valorizar as minhas amizades de verdade.


.fim.


.letras para mim mesma.

[14.12.2016]

Nao perde o foco
Nao perde a esperanca
Nao perde a vontade
Nao se perde

Só eu posso acreditar em mim.

outubro 20, 2018

.pausa pausa pausa e transbordamento de sentimento/pensamento/mim mesma.

.sentindo a necessidade de me expandir, me entender, me renovar - com um sentimento misto e estranho em querer voltar a ser quem eu era. a verdade é que quem eu era, passou ficou lá no passado, 4 ou oitos anos atras, em alguma boa lembranca, em alguma parte das minhas melhores metades - com sorriso fácil, mais paz, menos julgamentos, mais abracos e mais sentimentos verdadeiros - ou em alguma parte meio esquecida - e nao tao saudosa. mas passou. passou, doeu, chorou, se perdeu.

.da parte boa, me lembram os sorrisos e a calmaria que eu encontrava em mim. como era facil ser 'quem eu era' perto deles, como era facil me sentir segura com eles e como era prazeroso o simples fato de estar ali. sem esse ambiente/habitat/atmosfera as vezes nao me reconheco e nem sempre gosto do que sinto, mesmo 4 ou oitos anos depois. os sentimentos sao extremos e potencializados - os bons e os nao tao bons. se identificar com alguem e algo tao dificil, que soa uma preciosidade quando realmente acontece. ainda gosto de sair, saber da vida das pessoas que gosto e deixar a mesa do bar 'alimentada' de boas conversas  - sobre futebol, cinema, viagens, sonhos, projetos, vida - e trocas - de vivencias, carinho, aprendizados. se encaixar em alguem é ainda mais dificil - ao menos para mim, que diferente da maioria que hoje me rodeia, nao sabe lidar com amores e relacoes descartaveis, de plastico, liquidos, digitais, liberais, minelais.

.da parte esquecida... do pouco que resta, ainda quero esquecer. algumas situacoes presentes me trazem a mente situacoes passadas e nesse vai-vem/dejavu de memoria partes de mim se enfurecem, se equivocam, gelam por dentro, se perdem e traz a tona algumas inquietacoes - o que fiz de errado? sera que eu nao era bonita, boa, vaidosa, ousada, inteligente ou espiritualizada o bastante? o que faltou eu dar, de mim, do meu corpo, dos meus sentimentos e esforcos para cada relacao? eu tento nao pensar e nao entender - por que vai doer enquanto eu remoer tudo isso - , e como disse antes... ainda quero esquecer. mas ainda assim, eu olho para tras e percebo que cada um destes momentos de certa forma me trouxeram ate aqui - porque eles me mostraram que eu nao dependeria nem deles e nem de ninguem para 'conseguir algo na vida', visao da qual minha mae discorda e me fez crescer ouvindo que eu so prestaria na vida se arranjasse algum marido -, por mais que eu saiba que cada um destes momentos me mostraram o que eu nao quero nos meus relacionamentos, na minha vida, me mostraram principalmente que um dia, ate a filha da puta da dor passa.




abril 13, 2018

.eu e voce.

.no meu mapa de 2017 um campo dele ainda estava indefinido: ali dizia que eu me relacionaria com uma pessoa, por volta do terceiro mes do ano, mas essa relacao sem uma data definida de quanto iria durar, me traria sentimentos diferentes do que eu jamais havia experimentado.
.um ano se passou desde que nos conhecemos. um ano desde 'o ukelele' - como voce se referiu na noite em que comemoramos com um jantar pequeno e eu te presentiei com uma caixa de maracujás.
.um ano de novos sentimentos, acontecimentos e descobertas. um ano que enxergo/sinto/tenho como um ano com mais saldos positivos do que negativos. 'negativo' ainda é um termo muito pesado pelo que tivemos nesse tempo.
.nao digo que foi facil me encaixar em voce. foi um ano em que tive que aprender a medir minhas insegurancas, todos os meus 'e se'. mas principalmennte tive que aprender a entender e respeitar - de coracao aberto, sem cobranca, sem julgamento - o outro, em sua realidade, seu momento, seu tempo e seu modo 'todo certinho de ser, como todo virginiano que se preze' - mas que particularmente tanto me ganhou.
.nao foi um ano pessoal facil, em n outros aspectos da vida, mas confesso que enxergar/sentir/ter voce por perto deixou tudo mais leve. era bom olhar para o lado - ou para a tela do celular - e te encontrar. embora nada disso tenha um rótulo claro para 'o que realmente é' - e em muitas vezes essa indefinicao tenha mudado meu comportamento, exaltado sentimentos, me tirado sono, trago lagrimas a tona e muitos dias franzinhentos, o que para uma sagitariana nata é tao angustiante quanto andar no escuro - em um certo momento eu optei gastar minha energia/tempo/sentimentos com as coisas boas que aconetciam quando estavamos perto um do outro. e em troca, eu tive uma amizade e compaheirismo que há tempos eu nao enxergava/sentia/tinha. dividir gostos, novidades, sabores, descobertas... desabafos, alegrias, lágrimas, responsabilidades e cuidados era algo que eu nao cultivava mais em mim desde entao.
.hoje, um ano depois de tudo, eu enxergo/sinto/tenho uma visao clara de sentimentos que tenho por ti que (sim, os astros estavam certos) eu nao tinha experimentado em nenhuma relacao anterior: amizade, parceria, companheirismo, admiracao, carinho sinceros e uma gratidao enormes.


(obrigada Andre)

dezembro 11, 2017

[not even] ten things I hate about you.

"I hate the way I don't hate you. Not even close. Not even a little bit. Not even at all."


novembro 29, 2017

.rastros de saturno.

" This is a time in my life
Where everything is falling apart
And at the same time
It's all coming together ..."

novembro 07, 2017

.letras sobre sagitário.

"... ela nao consegue parar quando ama demais alguma coisa. intensa demais. coracao demais..."

julho 27, 2017

.novas conjugacoes em dias-meses.

.amo quando ele conjuga as coisas na segunda pessoa do plural e faz com que eu me sinta parte de algo, as vezes, só nosso: uma conversa, um plano para o fim de semana, para um domingo ou para uma viagem.